A
SEXUALIDADE DO JOVEM
“O
primeiro encontro sexual não ocorre no início da adolescência, somente após o
longo processo de desenvolvimento físico e emocional. Somente quando o jovem
consegue superar as inibições características desta fase, ele poderá então
estabelecer um relacionamento mais íntimo com outra pessoa, não baseado em
afetividade mútua, mas com a finalidade de lhe proporcionar prazer.”
A
adolescência é definida mais pelos fatores de ordem social e psicológica. A
puberdade é um acontecimento biológico, onde a menina e o menino tornam-se
aptos à procriação. Na menina, sua determinação é a primeira menstruação, que é
considerada como início do processo da maturidade sexual da mulher. No menino,
a primeira ejaculação, que ocorre entre os 13 e os 14 anos de idade, é tida
como principal manifestação de amadurecimento sexual. E então ocorre o
desenvolvimento progressivo da capacidade de ejaculação. Inicia-se geralmente
devido à masturbação, ou à ejaculação que aflui durante o sono.
A
menarca (primeira menstruação) acontece por volta dos 11, 12 anos de idade. Mas
poderá ser precoce, aos 10 anos, e tardia, aos 16 anos. A espera faz com que a
menina sofra de angústias e profundas alterações de humor. Com tantos desafios
pela vida afora, ela também se depara com as novas conquistas e ainda com o
medo de não conseguir vencer suas dificuldades.
Os
garotos associam sua virilidade com o tamanho do pênis (e são inevitáveis as
comparações nesta época), e têm o instinto de se mostrarem fortes e grandes
conquistadores. Já as garotas precisam provar que elas podem ser capazes da
sedução. Querendo se apresentar sedutoras, elas fazem joguinhos para despertar
a atenção dos rapazes.
Nota-se
que toda esta vontade que os jovens têm de corresponder a estes estereótipos
causa-lhes um estado emotivo muito grande, onde o que predomina é o sentimento
de insegurança. O que gera o sofrimento deles é o medo de não poderem
corresponder ao que eles consideram que é igual nos garotos e garotas de sua
idade.
Até
o início dos anos 70, conforme pesquisas, a iniciação do rapaz se dava sempre
com prostitutas, Já a garota era forçada a se manter virgem até o casamento.
Assim, ela procurava satisfazer a necessidade de gratificação por meio de
flerte, como forma de se sentir admirada, bonita e sedutora. Para adquirir as
condições de um envolvimento mais completo (sexo e afetividade), somente era
possível ao atingir a maturidade emocional, no fim da adolescência. E isto após
vários encontros.
Daqueles
tempos para cá, a liberação sexual estendeu-se finalmente aos jovens. Rapazes e
moças de “família” têm relações sexuais antes do casamento. Esta questão
tornou-se imperiosa para que os casais pudessem ter a liberdade de se
conhecerem melhor, sexualmente, a fim de que suas boas relações fossem
contínuas e saudáveis durante o casamento.
Penso
que esta revolução de costumes, iniciada anos atrás, é aceita com naturalidade
e tolerância por parte de alguns pais, que se mostram evoluídos com seu tempo.
Porém, para aqueles pais acostumados a uma formação e educação rígidas,
torna-se difícil encarar, ainda hoje, o fato com uma atitude liberal e lícita,
pois considerar a sexualidade dos filhos, vista como é colocada atualmente, é
um grande pesadelo. Por isso, as proibições, as situações embaraçosas e até
mesmo o surgimento de um “bate-boca” entre pais e entre pais e filhos, o que é
extremamente desagradável e triste.
O
adolescente, à medida que aceita o desenvolvimento de seus órgãos genitais,
inicia a busca do parceiro intensamente. Mas ele o faz de uma forma tímida.
Neste período, começam os contatos superficiais, as carícias mais profundas e
íntimas. E ainda, devido ao despertar de sua sexualidade, o jovem explora, com
todos os esforços, tudo o que se refere ao sexo: conversas, filmes, jogos,
livros, revistas, programas na TV, o assunto na Web.
Neste
período de sua vida, o jovem deve receber uma orientação sexual mais que
satisfatória, a fim de que possa entender de fato tudo o que lhe acontece. Os
pais devem tomar a atitude de uma conversa franca e aberta, sem haver a
opressão. Por que não responder a todas as perguntas? Por que não procurar, em
literaturas especializadas, as respostas que admitem não saber? Que procurem
juntos, pais e filhos, para que nenhuma pergunta fique no ar e possa causar um
prejuízo maior. Felizmente, de uns anos para cá, a aulas de sexualidade foram
introduzidas nas escolas, para os jovens a partir de 11, 12 anos de idade.
Não
podemos negar que, atualmente, o jovem vive sua sexualidade com algumas
facilidades. E está comprovado e transparente através da comunicação espontânea
e franca que os garotos e as garotas instituíram entre eles. A troca de
informações lhes é totalmente saudável.
A
maioria de nossos jovens já está orientada, de uma maneira ou de outra, pelos
pais, educadores e pelos meios de comunicação. Sabem muito bem das questões que
envolvem sexo, gravidez, o uso de preservativos e dos cuidados que devem ter
contra as doenças sexualmente transmissíveis.
Porém,
há jovens que não têm sequer uma orientação e nem sabem como buscá-las, ou
porque são tímidos demais, ou porque lhes foi proibida a busca. Lamento, pois a
eles deve pertencer o direito de se conhecerem e de explorarem, sobretudo, a sua
sexualidade. E para isso precisam contar com o apoio dos pais e educadores.
A
decisão da primeira relação amorosa deve ser levada a sério pelos jovens. Eles
se sentem nervosos e ansiosos e esperam que tudo dê certo. Estas expectativas,
que um tem em relação ao outro, são muito inseguras. Mesmo que o jovem tenha
conhecimento de como funciona o sexo na teoria, somente quando o coloca em
prática é que poderá descobrir isto de fato. O impulso sexual só será bom
quando os dois se permitirem. Muitas vezes, um dos parceiros usa de chantagem
emocional, ou um motivo qualquer, submetendo ao outro uma pressão, para que
possam fazer sexo. Decididamente, este não é o melhor caminho!
Os
relacionamentos sexuais de curta duração - o chamado “ficar”, no jargão dos
jovens - podem ser maravilhosos e excitantes, mas envolvem vários riscos: uma
gravidez, a possibilidade de contrair doenças sexualmente transmissíveis e o
vírus da AIDS.
Jovens!
O amor é lindo e o sexo é algo incrível e saudável. Quando estiverem
preparados, que o façam conscientes, sobretudo com afetividade. Transar “sexo
por sexo” pode dar prazer, mas pode também causar aborrecimentos que não vão
valer a pena. A melhor maneira de fazer sexo seguro é se precaver com o uso de
preservativos, a chamada “camisinha”. E não deixem de lado a afetividade e o
amor! Façam valer as suas relações amorosas.
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