UMA
ERUPÇÃO VULCÂNICA
Normalmente,
aparece na menina aos 11 anos de idade, e no menino, aos 12 anos. E esta pode
ser a indicação de que eles estão deixando de ser crianças.
Aquela
bolha de fervura – a bendita espinha – que nasce na pele, principalmente no
rosto, dá as caras logo pela manhã, bem naquele dia em que o jovem principiante
foi convidado para uma festa da turma do colégio.
Através
do espelho, não gostou nada do que viu. E agora? O lindo rostinho que a mamãe
tanto gosta (e neste caso não admite já ser um narcisista), agora vai danar a
empipocar. De súbito, nasce a primeira incógnita: “E aí, véi? Vou parecer um monstro
com todas estas espinhas bandidas no meu rosto? Ah! Nem...”
O
jovem vai ter um ataque. Vai detestar e sentir horror por aquela bolha bem na
ponta do seu nariz. A partir deste episódio da florescência magnífica da
adolescência, vai querer desistir da festa, ou vai agir, apressadamente,
desejando que a pasta de dente resolva até à noite este seu martírio, esta sua
aversão por aquela inofensiva espinhazinha, sem saber que ela é o seu “passaporte
para a juventude”, que irá viver durante os próximos seis, oito anos de sua
vida feliz.
E,
juntamente com esta primeira espinha, genericamente conhecida como “acne
juvenil”, vêm logo as transformações pelas quais o corpo, daquele que era
criança, já está passando. E o novo adolescente não faz ideia do quanto pediu,
nesta hora, para deixar de ser considerado criança, e virar, rapidnho, gente
grande...
Será
mesmo que esta intrusa, a primeira espinha, aborrece de fato? Todo jovem diz
que sim. Ela incomoda, além de doer. Não suportam aquele pontinho branco no
rosto. Se eles comem muito chocolate, então elas aparecem aos bandos.
O
jovem pode ter a certeza de que não será tão fácil se livrar delas. Durante
toda a nossa vida, uma ou outra irá sempre aparecer.
Eu
me lembro bem... A minha primeira “intrusa” apareceu no canto da boca, ao lado
de meu sorriso. Contive minha ira, mas deixei de ir à festa de uma prima só
para não me expor ao ridículo perante os convidados. A pasta dental não me
ajudou em nada... Eu me achava feia demais. Dois dias depois, ela sumiu e eu
acabei perdendo uma noite de diversão com a família.
Mas,
se fossem só as espinhas para incomodar os jovens, além de tantos outros
incômodos que irão surgir ao longo da adolescência, poderíamos considera-las
até inofensivas demais, coitadinhas. Acontece que, logo após, virão também os
cravos e as sardas... E aí, sim, a erupção vulcânica estará mais impetuosa do
que nunca. Ardente, a infernizar os jovens principiantes.
Que
seja bem-vinda a adolescência!
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