sexta-feira, 7 de junho de 2013

UM CERTO RELAXAMENTO


UM CERTO RELAXAMENTO

 

Dizem, e muitas vezes comprovam, que o jovem é um ser relaxado, descuidado e negligente. Não cuida bem de sua higiene e nem tem cuidados com suas próprias roupas. Em suma, é um desmazelado. E ainda pratica ações cruéis e tem ares de prepotente. Devido ao seu egoísmo e desconsideração, gera conflitos com seus familiares. Na escola, deixa claro o seu desinteresse pelos estudos e por isso prefere, muitas vezes, não frequentar as aulas. E parece que carrega às costas um cartaz, onde se lê: “Também sou insubordinado e irresponsável.”

Não vamos aplaudir este relaxamento, mas podemos perfeitamente tentar entende-lo. Os pais e educadores preferem analisar, rotular esta conduta irregular dos adolescentes como sendo uma regressão. Sentem que as conquistas educativas estão sendo ameaçadas de uma maneira brusca, e por isso estão temerosos. Já o jovem faz um grande esforço para controlar estes seus impulsos desordenados, próprios desta fase. Muitas vezes, ele se reprime intensamente, ou então irá defendê-los, recorrendo a outras formas. Suas forças conscientes estão em constante luta contra estes impulsos instintivos; são espontâneos, e por esta razão, impensados. De tal forma, o jovem se vê numa situação conturbadora. Mas esta luta travada é uma tentativa benéfica, onde ele se apoia para buscar paz e harmonia.

De acordo com pesquisas e estudos, o desequilíbrio da personalidade do adolescente se manifesta também na forma de sintomas parecidos com os das pessoas neuróticas ou de conduta antissocial.

Penso que estas condutas “anormais” dos jovens são transitórias e duram seu tempo, o que, aliás, é comprovado. Admito que muitos deles são rebeldes e descompromissados com suas atitudes. Entretanto, há jovens de 13, 14 e até mesmo de 16 anos, que não demonstram tais inquietudes. Assim como o foram durante a infância, continuam sendo bons filhos e respeitosos para com seus pais, totalmente atados aos vínculos familiares. Porém, psicanalistas consideram que essa “normalidade” é de fato anormal. Este comportamento “muito certinho” significa um atraso no desenvolvimento normal, e que, para permití-lo, irão precisar da intervenção terapêutica, para se eliminar as restrições interiores, causadas pelo excesso de defesas que os jovens criaram contra os impulsos espontâneos.

Assim, este relaxamento e condutas anormais dos nossos jovens são de pequena duração. Caberá aos pais e educadores aceitarem, conduzindo da melhor maneira possível, toda esta inquietação pela qual o jovem passa, sem ter as rédeas do comando geral.

 

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