sexta-feira, 10 de maio de 2013

A JUVENTUDE: ÁGUA PURA DA FONTE


A JUVENTUDE: ÁGUA PURA DA FONTE

 

A juventude acaba de brotar no íntimo do novo adolescente e ele nem se dá conta deste encanto. Como água pura da fonte, ela chega totalmente salubre. Assim como um fruto maduro e bom, que dará prazer para quem souber saboreá-lo.

Talvez, a maioria dos jovens de hoje não esteja preparada para vivenciá-la da maneira como o fizeram seus avós e pais. Eles estão cansados de ouvir que na época deles a juventude era como uma rosa desabrochando, e por isso mesmo considerada a “flor da idade”. E aí os jovens têm sempre a mesma resposta na ponta da língua: “Mas os tempos mudaram...”

Exatamente! Os tempos mudaram. O tempo está mudando a todo instante. Não podemos comparar os anos 50, 70 com o nosso tempo atual. São anos e anos de diferença e quem vive no tempo passado jamais vai acompanhar o progresso e as mudanças que vêm ocorrendo desde então. O saudosista do seu tempo não poderá compreender a juventude atual, pois ela não é um parâmetro a seguir. E neste caso sofrem os mais velhos, e sofrem os jovens por pertencerem a uma nova geração. As boas regras de conduta têm sido desviadas por diversos fatores que influenciam a vida dos jovens.

Considerada por psicólogos, psicanalistas e educadores como uma questão delicada, a juventude toma páginas e mais páginas de livros e manchetes de jornais e revistas, tamanha é sua complexidade.

Atualmente, existe uma linguagem nova e direcionada aos nossos jovens. Parece-me que, para lidar com eles, algumas pessoas pisam em ovos, e outras, já nem tanto. São capazes até de tornar as suas vidas um verdadeiro suplício, enquanto opinam sobre seus comportamentos, e nada fazem para ajuda-los. São falsos moralistas, para quem os jovens torcem o nariz.

Penso que os jovens estão vivenciando a efervescência de um tempo mais que acelerado, onde a pressa é a sua majestade. E como culpa-los se acaso estão seguindo o fluxo da vida que hoje nos é imposta? Nós, adultos, estamos também correndo os mesmos riscos que eles. Mas, como temos a mania de pensar que somos mais experientes, vamos sendo levados a corrigir os seus erros, às vezes, a ferro e fogo, para, quem sabe, nos redimir de nossas próprias culpas.

Infelizmente, e como não constatar esta verdade, alguns pais não se encaixam no modelo de pais perfeitos, e contribuem para a alienação de seus filhos. Marcados por várias demonstrações de carência da função destes pais, os jovens sofrem uma verdadeira crise de identidade, desconhecendo o sentido de suas vidas, não dando a mínima para o autoconhecimento.

Aborrece-me, e muito, o fato de que a modernidade seja a causadora de tanta confusão e equívocos. Ideias liberais e educação moderna fazem com que os jovens nem sempre se sintam os “reis da cocada”, pelo contrário, se sentem inseguros e incapazes de administrar o seu próprio prazer, ditado pelas regras sociais.

Lamentavelmente, a “flor da idade” carrega também vários espinhos em seu trajeto. E felizes são os jovens que têm a cautela de não se ferirem tanto...

 

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2 comentários:

  1. "E neste caso sofrem os mais velhos, e sofrem os jovens por pertencerem a uma nova geração. As boas regras de conduta têm sido desviadas por diversos fatores que influenciam a vida dos jovens".
    Capítulo excelente, que me reporta ao que vivo, tentando entender, batendo de frente, e na verdade, nem sei quem está mais perdido. Filhos crianças, adolescentes, jovens e adultos dão trabalho. Acho que nós também, a eles.

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  2. Obrigada, Rosângela, por sua visita e comentário!
    Com certeza, os espinhos da "flor da idade" do adolescente também espetam os adultos à sua volta... São capazes até de ferir, mas, com o tempo, a cicatrização aparece, saborosamente.
    Meu grande abraço.

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