sexta-feira, 2 de agosto de 2013

ALGUMAS ANOTAÇÕES DO DIÁRIO DE UMA JOVEM DEBUTANTE


ALGUMAS ANOTAÇÕES DO DIÁRIO

DE UMA JOVEM DEBUTANTE

 

Ela esperou, com ansiedade, durante o ano passado, a data na qual faria 15 anos de idade. Uma idade tão esperada por toda adolescente.

Está cursando o 1º ano do Ensino Médio (9ª série do Ensino Fundamental) e sente grande orgulho. Tem quase 300 amigos no Facebook, a maioria do colégio, além do pessoal de sua família....

Suas lembranças da 8ª série: Nas aulas de Educação Sexual, ela e suas amigas mais chegadas ficavam desenhando os espermatozoides dos meninos da turma, e lhes davam os nomes, às gargalhadas. Na festa de formatura, dançou com um garoto que ela era a fim, e sentiu uma “quentura” por dentro. Mas, só não “ficou” com ele por pensar que era cedo demais. As colegas riram de sua atitude, lembrando-a de ele era o favorito de muitas delas.

Em um de seus passeios, num shopping, com as amigas, uma paquera surgiu. Troca de telefones, e-mails e até mesmo um encontro marcado. Era preciso dar uma desculpa em casa, para se encontrar com o Bruno, numa praça bem perto de casa, no dia seguinte, durante à tarde. Ela se lembra que tomou um banho de perfume. Os dois bem felizes, de mãos dadas, caminhando, apenas conversando. De repente, encontraram o pai dela, que apenas lhe disse: “Já para casa e depois conversamos!” Ela escreve que tremeu o corpo todo e o garoto ficou assustado. Em casa, seu pai quase “teve um filho pala boca”, e ela escutou o maior sermão. Os dias se passaram e eles se encontravam às escondidas. Ela gostava dele. E ele insistia que deveriam fazer algo mais, além dos beijos ardentes. Ela tinha medo de se entregar para ele e depois levar um belo de um chute. Então se fazia de difícil, mas sabia que estava se dando o devido valor.

Finalmente, chega a idade que tanto aguardava, seus majestosos 15 anos! Pensa que nesta idade as coisas mágicas acontecem e sua vida será um mar de rosas...

No dia da festa de seu aniversário, Bruno lhe presenteou com rosas vermelhas, dizendo, bem secamente: “Você demorou a se decidir, eu já estou namorando outra.” Naquele instante, ela sentiu o mundo desabar sobre sua cabeça, segurou o choro e devolveu as palavras: “Toma este buquê e leve para a sua namorada!”

Um novo amor chegou, semanas depois. Um amigo de uma prima, que havia lhe adicionado na rede social, dias atrás, a conheceu numa festa. Mal teclavam. Mas, durante duas horas, aquele era o par perfeito. Um beijo roubado e pronto! A maior surpresa: ele a pediu em namoro, como no tempo de sua avó. Ao contar para a sua mãe, imaginando que ela iria ficar descabelada e dizer “não” ao namoro, mais uma surpresa, pois a mãe lhe disse que gostaria de conhecer o pretendente. No dia seguinte, a jovem debutante ligou para o rapaz, dizendo: “Ok! Estamos namorando!”

Elton foi seu primeiro namorado firme e concreto, conforme ela escreve em seu diário. “Estou amando e sendo correspondida, agora.”

Após um mês de namoro, ele foi à casa dela conhecer seus pais. Chamou a mãe dela de “sogra”, mas não conheceu o pai, que não quis participar daquele encontro, totalmente corroído pelo ciúme, porque achava que era cedo demais para ela começar um namoro sério, e que o rapaz estaria roubando a sua “princesa”.

A dona do diário se lembra que a mãe havia gostado muito do Elton, mas passou a chama-lo de “ficante constante”. “Que raiva, viu?” Ela desabafa...

Eles se amavam, profundamente! Após um beijo “delicioso”, como escreve, em um de seus encontros, ela registra numa página inteira: “... Então senti as batidas aceleradas do meu coração e um calor imenso dentro do corpo, e ainda a minha respiração e a dele estavam aceleradas. Pensei que aquela sensação já nos levaria para as primeiras carícias preliminares... Que faríamos sexo! Imediatamente, me afastei dele e achei melhor parar por aí. Lembro-me que o deixei e fui embora, mas me senti “nas nuvens”.

No dia seguinte, no colégio, perguntou a uma amiga se era normal sentir aquele entusiasmo todo, tão cedo, aquela vontade de chegar logo no “algo mais”. Ela se sentia tão imatura, insegura, e achava que seu corpo ainda não estava preparado. E porque tinha muitos “grilos” na cabeça a respeito do sexo.

Terminou a página, escrevendo: “15 anos de idade ainda é muito cedo para perder a virgindade. E eu não quero decepcionar meus pais, que amo tanto. Não estou pronta para me entregar. Devo ainda descobrir tanto...”

Escreve ainda que já estava em férias escolares e viajou para a cidade de São Paulo, a fim de “esfriar a cabeça”.

“Ainda ontem, eu brincava de Barbie. Hoje estou num shopping, comprando um presente para o meu namorado, meu querido Elton...”

E nem quis arriscar o namoro “sério”, com uma aventura de férias, pois rapazes não faltaram!

 

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